O termo zona de conforto ficou completamente impregnado de preconceitos, estar na zona de conforto é quase que uma condenação à morte coorporativa.
Ele está diretamente associado a imagem do colaborador que está encostado no barranco esperando o mundo acabar, para só ter o trabalho de deslizar. Mas não se pode confundir negligência, falta de comprometimento, com estar na zona de conforto.
Okay, o perigo da zona de conforto é a estagnação.
Porém não é ruim na essência ter que executar uma tarefa que você manda bem, que domina completamente o conjunto de desafios daquela função. Sim, como toda moeda que tem dois lados, o que por um lado é bom, tem seu lado ruim: o tal do risco de acomodação.
Mas é aí que está a beleza e unicidade de nossa condição de seres humanos: as duas coisas que parecem antagônicas estão absolutamente interligadas. Via de regra, ninguém se mexe em outra direção, não propõe um processo de mudança sem perder a auto confiança.
Resumindo, é preciso sentir que você não está mandando tão bem assim para que você assuma o risco de querer mudar, de fazer diferente aquilo que você sempre fez daquele jeito, e foi bem avaliado e recompensado por isso.
Mas, tomar o risco não é, e não deve ser, algo inconsequente.
Como diz o dito popular, não dá pra querer dar um passo maior que a perna. A consequência natural, é a queda. Assumir o risco de um desafio maior que o atual grau de capacidade que se tem instalado, de puxar pelo seu potencial, faz todo sentido.
Mas até isso deve ter limites. Se o prazo é curto, e a nova tarefa requer um conjunto de competências que você não dispõe, e necessita tempo para serem instalados, fuja! Isso não é entrar numa zona de desafio, e sim de pânico!
Se achar mega, ultra, blaster poderoso, bater no peito e dizer algo do tipo, manda ver, deixa com papai, se não der certo, ainda vai te tornar arrogante e imaturo, aos olhos dos outros.
Me lembro que quando era pequena, tinha dias que ficava com uma dor enorme nas pernas, uma câimbra diferente, parecia que tudo estava se esticando. Minha mãe esfregava uma pomada e dizia: vai passar, é dor do crescimento.
Crescer pode ser com ou sem dor. Depende do quanto, em quanto tempo.
O desenvolvimento das pessoas através de suas funções se dá justamente pela capacidade de expandir a área da zona de conforto.
São os desafios que uma vez bem sucedidos em sua execução, ampliam nossos repertório, e passam a ser incorporados em nossa zona de conforto. Mas não custa lembrar, desafio não é algo inatingível. Isso é entrar em pânico!
Uma dica para perceber se o que está diante de nós é um desafio ou uma “roubada” é entender o quanto temos que abrir mão da nossa essência para cumprir a nova missão.
Se sua essência é ser tímido e introvertido, não se meta a achar que vai dar conta de ser um fantástico mestre de cerimônias nas convenções da área comercial.
Por outro lado, se você é extrovertido, inquieto, não engane a si próprio de que vai ser ótimo poder trabalhar sozinho. Você não vai aguentar… Claro que com treinamento e tempo podemos adquirir técnicas e melhorar nossa capacidade instalada. Mas querer mudar sua essência não é sair da zona de conforto.
Por isso tanta gente nos fala da importância do autoconhecimento. Quanto mais perto estamos de nós mesmos, mais chances temos de sermos bem sucedidos e em paz com nossas escolhas.
Por isso amo tanto a minha zona de conforto.
Quanto mais me sinto segura executando atividades diversas e complexas com sucesso reconhecido pelos demais, para mim significa que soube expandir a minha zona e incorporar as novas competências que os desafios profissionais trouxeram ao longo do tempo.
Tenho certeza, que assim como a maioria das pessoas, faço melhor o meu trabalho quando eu não tenho que me familiarizar com algo novo o tempo todo. Mudar é ótimo, mas desde que haja tempo, foco neste processo e que não me seja requerido mudar a minha essência.
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