O mundo corporativo é algo muito peculiar. Um lugar onde jargões florescem em abundância, um lugar cheio de modas, cheio de rótulos. E muitas vezes, sem limites.
Na busca por achar um único e eficaz modo para alcançar os objetivos, teorias, dicas, fórmulas pipocam no dia a dia. E assim a gente faz reengenharia, terceiriza, depois primeiriza, para depois terceirizar de novo. Avalia o desempenho, dá feedback, manda para o coaching, MBA e infinitos cursos de liderança. Certa vez conheci um executivo que já estava no 18o. curso de como dar feedback.
Leia mais sobre feedback aqui.
E nem com todos os recursos por vezes o resultado vem. Mas por quê?
Na minha modesta opinião, em primeiro lugar porque as pessoas são muito complicadas para que através de um único método se consiga resolver tudo de todos. Faz parte da nossa humanidade, sermos únicos, singulares.
Nos esquecemos disso, e nos escondemos atrás de um rótulo que eu particularmente detesto, somos profissionais! Discordo: não somos não! Antes de mais nada somos pessoas, temos emoções e sentimentos.
Não é porque estamos dentro de um escritório que não ficamos tristes, temos raiva, inveja ou ciúme, assim como também temos amor. Já repararam como é depreciativo o rótulo de passional? As organizações estão permeadas de emoções, por um único e simples motivo: elas são feitas de pessoas! E pessoas são realmente complicadas. Aquilo que incomoda um, é a motivação do outro.
Apesar de muitos ainda insistirem no “eu sou profissional”, o fato é que na nossa latinidade, somos realmente relacionais. Preferimos conversas à regras, jeitinho à processos, reuniões à resoluções. E por isso temos tanta dificuldades de endereçar conversas difíceis, de dar notícias desagradáveis, de dizermos algo que o outro possa não gostar de ouvir. Tememos a rejeição e preferimos dar somente notícias boas…
E por isso que observo ao longo desses anos a tal da tendência ao alto, ou seja, em processos de avaliação de desempenho, é só equipe de alta performance.
Tem horas que parece que estamos falando da Renascença onde o time é composto de Rafaello, Donatello e Michelangelo. Gestores adoram falar do potencial de seus colaboradores, como eles são maravilhosos, como podem crescer e se desenvolver!
E os limites, onde ficam?
Para ser respeitoso e desenvolver o outro, tão importante quanto saber identificar o potencial do indivíduo, é reconhecer o seu limite. Até onde a pessoa pode ir? Até onde ela quer ir? Quem disse que todo mundo quer ser gerente?
Não querendo ser repetitiva, a gente só cresce e se desenvolve, com, no e para o trabalho, na medida em que aquilo que é requerido de nós, através dos desafios do dia a dia, é o que temos de melhor, e não o que temos de pior.
Reconhecer o limite do outro é ser generoso, é não exigir do outro aquilo que ele não tem capacidade de dar. E isso não deve ser entendido como uma condenação, mais um rótulo ou mesmo como uma sentença para que a pessoa permaneça para o resto da vida no mesmo lugar.
Somos humanos, somos únicos e este é o grande barato. Todos, sem exceção, têm potencial, mas também têm limites.
Aprenda a reconhecer a diferença de potencial entre seus colaboradores aqui.
E você já pensou em quais são os seus? Já testou pra ver até onde você consegue ir? Que tal genuinamente reconhecer os seus limites e aceitá-los? Isso é cuidar de sua carreira. Fica o convite! Clica aqui e vem conversar um pouco comigo no Facebook?